Cotidiano

Arquidiocese de Cascavel lamenta a morte do Papa Francisco

Pontífice ficou 12 anos à frente da Igreja Católica


Imagem | Vatican Media

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Com profunda consternação recebemos, nas primeiras horas desde dia 21 de abril de 2025, o comunicado do falecimento de sua Santidade, o Papa Francisco. Entretanto, as fulgurações pascais que vivemos nesses dias projeta luz e sentido sobre a tristeza que a Igreja agora vive.

Assim como os primeiros cristãos interpretaram a Paixão e a morte do Senhor à luz da Ressurreição, também nós somos chamados a ler a vida, o testemunho e as ações do Papa Francisco sob o sinal do Ressuscitado.

No decorrer dos 12 anos de pontificado Papa Francisco moveu todas as forças eclesiais, institucionais e pastorais no sentido de promover uma eclesialidade radicalmente evangélica. Para isso, repropôs o Concílio Vaticano II (1962-1965) como bússola eficaz a guiar os rumos da Igreja em nossa época, marcada por mudanças e transformações. Toda sua eficácia governativa aliou-se à caridade pastoral que o fez perceber e olhar com atenção as chagas da Igreja e os feridos nela. Mediante gestos e palavras, remodelou o exercício do ministério petrino, enfatizando a colegialidade episcopal como nota suprema e fundamental da autoridade apostólica.

Seu pontificado se encerra com um caminho aberto, a saber: a sinodalidade. De fato, cada pontificado realiza-se na esteira dos precedentes e na continuidade dos vindouros. Postulando a sinodalidade como modo de ser e de agir da Igreja em nosso tempo, ele recordou-nos o caminho aberto a ser percorrido por todos nós cristãos. A sinodalidade, enquanto caminho feito junto, possui também uma dimensão escatológica, pois aponta para a vocação universal de cada cristão e da Igreja toda à eternidade. Papa Francisco, em sua morte, chama nossa atenção para essa dimensão alta na qual reside o cume de todo caminho cristão. Com efeito, por ocasião da Benção Urbi et Orbe no dia de ontem (20 de abril), ele apareceu na Sacada das Bençãos da Basílica de São Pedro e disse-nos aquelas que se tornaram suas últimas palavras, seu testamento: "Que Deus Todo-Poderoso vos abençoe, o Pai e Filho e Espírito Santo!". Conceder a benção foi seu último ato público.

Na fórmula trinitária pronunciada por seus lábios e desenhada por suas mãos em forma de cruz, está contido todo o mistério de Deus revelado na existência, na vida e na vocação humana. A Cruz de Cristo é, realmente, a máxima ação de Deus no interior da criação e da história em favor da nossa redenção, é o compêndio da compaixão divina. Papa Francisco viveu o mistério pascal até o fim e hoje plenifica-se na Jerusalém do alto, nossa mãe (cf. Gl 4,26). Agradecemos a Deus pelo dom do seu pontificado.

Exorto a todos os fiéis católicos da Arquidiocese de Cascavel a rezar em favor do descanso eterno do Papa Francisco bem como a implorar de Deus um Bispo a Roma e Pastor universal da Igreja segundo o Coração de Cristo.

Recordo um dos belos pensamentos presentes na homilia preparada pelo Papa Francisco e lida pelo Cardeal Comastri durante a missa de Páscoa no dia de ontem: "Não podemos estacionar o nosso coração nas ilusões deste mundo, nem fechá-lo na tristeza; temos de correr, cheios de alegria. Corramos ao encontro de Jesus, redescubramos a graça inestimável de ser seus amigos. Deixemos que a sua Palavra de vida e verdade ilumine o nosso caminho" (Papa Francisco, Homilia na Missa de Páscoa, 20 de abril de 2025).

Hoje o Papa fez sua última corrida (cf. 2Tm 4,7), e a fez ao encontro do Senhor Ressuscitado. Descanse em paz, Papa Francisco e desde o céu reze pela Igreja peregrina no mundo.

Dom José Mário Scalon Angonese

Arcebispo Metropolitano de Cascavel - PR

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