crédito: Pierre Yves Refalo/Divulgação
Em 9 de novembro de 2022, o Brasil se despediu do cantor, compositor, ator e apresentador Rolando Boldrin, que faleceu aos 86 anos no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Após dois meses de internação, o artista, que marcou a história da televisão e da cultura popular brasileira, morreu devido a uma insuficiência respiratória e renal, conforme informado pela TV Cultura, onde Boldrin apresentou o programa "Sr. Brasil" durante 17 anos. Hoje, dois anos após sua partida, o legado de Boldrin segue vivo na memória de fãs e na música que ecoa a alma do país.
Rolando Boldrin ficou famoso por sua dedicação à música regional e ao folclore brasileiro. Com o "Sr. Brasil", ele trouxe ao público músicos e histórias que destacavam a diversidade cultural do país, com cenários adornados por artesanato nacional e imagens de grandes artistas. "Boldrin tirou o Brasil da gaveta", disse a TV Cultura em nota, enfatizando a importância de seu trabalho para o reconhecimento da arte e das tradições de todas as regiões brasileiras.
Boldrin também foi o criador do programa "Som Brasil", um marco da televisão que teve início no rádio e, em 1981, migrou para a TV Globo. Nele, o apresentador combinava a música popular com causos, danças e teatro, além de valorizar artistas regionais e oferecer ao público uma amostra genuína da cultura caipira e popular. Mesmo após deixar o programa em 1984, Boldrin manteve o mesmo espírito em outros trabalhos, se consolidando como um dos maiores divulgadores da música brasileira.
Ator e Cantador
Nascido em São Joaquim da Barra, no interior de São Paulo, Boldrin começou a tocar viola ainda criança. Aos 12 anos, formou a dupla Boy e Formiga com seu irmão, conquistando espaço na rádio local. Aos 16, incentivado pelo pai, ele viajou para São Paulo de carona em um caminhão, onde, antes de se firmar na música e na TV, trabalhou como sapateiro, garçom e frentista. Em 1960, estreou na música em um disco produzido por sua futura esposa, Lurdinha Pereira, e, em 1974, lançou seu primeiro disco solo, "O Cantadô", iniciando uma carreira musical marcada por quase 20 álbuns.
Boldrin também atuou em mais de 30 novelas nas TVs Record, Tupi e Bandeirantes, como "A Muralha" (1954), "Mulheres de Areia" (1973) e "Os Imigrantes" (1981), além de filmes como "Os Miseráveis" (1958) e "O Tronco" (1999), onde ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Brasília. Sua habilidade em contar histórias, declamar poesias e cantar fez dele um artista completo, como ele mesmo dizia: "Sou, antes de tudo, um ator que canta, declama e conta histórias."
O legado eterno de Boldrin
Rolando Boldrin foi mais do que um apresentador ou um cantor; ele foi uma voz inconfundível da cultura brasileira, um dos grandes responsáveis por levar a música regional e os valores do interior ao público nacional. Compondo, contando causos, interpretando e abrindo espaço para artistas, ele transmitia a essência de um Brasil que muitas vezes fica esquecido nas grandes cidades.
Dois anos após sua morte, a contribuição de Boldrin para a cultura do país permanece viva. Suas canções, programas e histórias continuam a inspirar gerações, lembrando que a riqueza do Brasil está na pluralidade de sua cultura popular.
Catve
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